Mas se um dia, quando acordassemos tudo estivesse diferente? Os problemas estivessem maiores, as soluções mais escondidas, quase apodrecendo pela longa espera de ser achada. Ou mesmo se o mundo estivesse fácil: as coluções jogadas em cada esquina, saltitantes como peixes dora d´agua.
Acho que não pensamos nisso antes de dormir, senão nunca dormiríamos - ou por medo de acordar num mundo pior ou por medo de acordar num mundo onde nossa existência não seria mais necessária - no começo o extâse, depois a monotomia. Mas se um dia isso acontecer? Quem irá sobreviver? Como consiguirá ter outra noite de sono com a tranquilidade que temos hoje?
Se formos pensar no que nos espera amanhã, nas infinitas possibilidades além dessas apresentadas, nunca chegaríamos a dormir. E nunca chegaríamos a viver o amannhã ou sequer o hoje, com tamanha preocupação.
Talvez por isso seja necessário o desprezo a essas possibilidades, mesmo sabendo que elas estão aí, para continuarmos dormindo tranquilo.